Shenia Karlsson – PAPO PRETA

A partir da sua vivência enquanto mulher e negra percebeu que ainda temos pouca representatividade em determinados lugares sociais, somos poucas ocupando determinados cargos e ainda somos associadas ao lado negativo das relações, como corpos desprovidos de afeto. Em seu exercício da Psicologia Social  ao longo dos anos, constatou a carência de uma intervenção Psicoterapêutica que atendesse demandas específicas das mulheres negras de comunidades carentes do Rio de Janeiro, considerando que a maior parte do público é composto por mulheres negras. Desenvolveu um trabalho baseado em representatividade como psicóloga e negra, sentiu que contribuia de forma significativa utilizando uma escuta apurada sobre experiências que só atravessam a mulher negra, podendo assim desenvolver formas de enfrentamentos construídas especialmente a esse público em específico. Refletiu sobre a necessidade de se pensar uma Psicologia crítica e de uma prática que busca acima de tudo compreender os processos de construção de negros na sociedade e das perturbações oriundas de lógicasopressoras. Sendo assim desenvolveu uma metodologia de intervenção baseada em práticas psicológicas, ancestralidade, processos históricos da população da diáspora africana e cultura negra. A aderência por parte das pacientes ao trabalho obteve resultados surpreendentes provando que a identidade racial, a representatividade eprincipalmente estudos profundos sobre a temática do racismo são fundamentais na construção do bem estar e da saúde mental da mulher negra.

PAPO PRETA

Papo Preta é um projeto terapêutico voltado para a saúde e bem estar da mulher negra, com foco no cuidado da saúde mental. Nosso objetivo é propiciar a construção de espaços que promovam saúde emocional e bem estar psicológico. Um lugar de escuta, troca de experiências, construção de estratégias de enfrentamento e fortalecimento da autoestima, propiciando o empoderamento da mulher negra.

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